Banheiro "construído" não tem acabamento nem porta. Foto: reprodução da TV Jangadeiro  

Mais uma denúncia de desvio de verbas públicas no Estado do Ceará. Desta vez, a denúncia é de que o goveno do Ceará, através da Secretaria das Cidades, pagou R$ 400 mil a uma Associação Cultural do município de Pindoretama, a 50 quilômetros de Fortaleza, para a construção de 200 kits sanitários.
Na cidade, o clima é de “ninguém sabe, ninguém viu” nem os banheiros, muito menos a Associação Cultural. Apenas dois kits começaram a ser construídos no distríto de Sítio Ema. E realmente só COMEÇARAM porque não existe sequer previsão para o fim das obras.
A dona de casa utiliza baldes com água para improvisar a descarca do aparelho sanitário

Recursos da População
Dona Sandra, proprietária de uma das duas casas beneficiadas com os banheiros conta que o marido dela teve que tirar dinheiro do bolso para fazer o acabamento das paredes e colocar a porta. O vaso sanitário é novo, mas não tem descarca. Chuveiro? Muito menos. Água, só de balde já que o banheiro não tem ligação com caixa d´água ou rede de esgoto.

 Comentários de moradores levam a crêr que outros dois kits estariam sendo construídos em outro distrito, mas ninguém sabe informar o local. Os 200 kits deveriam ter sido concluídos em maio de 2011.
 

Cidades
O convênio para a construção de 200 kits sanitários para famílias de baixa renda em regime de mutirão foi assinado pelo então secretário das Cidades e atual presidente do Banco do Nordeste, Jurandir Santiago, com a Associação Cultural de Pindoretama. E detalhe: o acordo foi firmado no dia 9 de junho do ano passado, somente 23 dias após a abertura da “Associação” e sem licitação.

O vaso sanitário é novo, mas não tem descarga.

Convênio pago
No Portal da Transparência do Governo do Estado, o convênio consta como adimplente, ou seja, que já foi pago. O dinheiro foi liberado entre junho e setembro de 2010, justamente no período eleitoral. Além disso, no dia 9 de maio o convênio foi dado como concluído. 

Endereço falso
Outro detalhe é que o endereço dado pela Associação Cultural – Avenida Capitão Nogueira, 1364 – não existe e os moradores da região afirmam que nunca ouviram falar da entidade.

Resposta
Em resposta a denúncia, a Secretaria das Cidades do Estado informou, por meio de nota, que recebeu, em junho, a prestação indicando a compra de todo o material necessário e que aguarda agora a prestação de contas das “obras físicas”. Caso isso não aconteça, a Secretaria afirmou que vai adotar as medidas adequadas.

Fonte Blog Jangadeiro