sábado, 17 de dezembro de 2011

Cidades turísticas do Ceará não conseguem atrair médicos


Cenários paradisíacos do Nordeste atraem gente do Brasil inteiro. "Eu vim para tirar o estresse", diz um turista.
Mas nem tudo é praia e lazer. As ofertas para trabalhar como médico atendendo moradores de comunidades não têm atraído interessados. Salário não é problema: quase R$ 9 mil por mês. O município de Beberibe, onde está a Praia de Morro Branco, espera há cinco meses por médicos que preencham as seis vagas abertas. O contrato é temporário por seis meses, podendo ser renovado.
"É o salário do prefeito e mais alguma coisa, porque a gente dá alguns incentivos como moradia e alimentação", explica Juraci Jesuíno da Silva, Secretário de Saúde.
Em Jericoacoara, o salário é ainda maior: mais de R$ 11 mil. E os médicos fazem falta para os moradores. "Quando a gente vem se consultar, nunca tem médico. E quando tem a demora é grande, tem que esperar", reclama a comerciante Rosilene Padilha.
"Precisamos sair da vila com o nosso hóspede para poder ter atendimento médico", conta a recepcionista Renata Marques.

Há um mês, o marido da comerciante Sônia Fernandes morreu na beira da praia ao sofrer uma parada cardíaca. "Ele pediu socorro. Os amigos que estavam próximos tentaram socorrer, mas nem tinha médico, nem tinha ambulância".
Na Universidade Federal do Ceará, poucos alunos de medicina se sentem atraídos pelos contratos temporários longe dos centros urbanos.
"Para maior parte dos alunos, o interesse primordial é na condição de trabalho que eles vão encontrar e não um mero ganho financeiro", diz Valéria Goes Ferreira Pinheiro, vice-diretora da faculdade de Medicina
"As condições são muito precárias. Tem secretária da Saúde que limita a quantidade de exames para fazer por dia", conta o estudante Pedro Lucas Rodrigues Costa.

Entidades médicas defendem a realização de concursos que ofereçam uma carreira estável para preencher as vagas nas pequenas cidades.
"Como ocorre com os juízes, os médicos fazem concurso já para aquelas cidades, mas tendo uma perspectiva de crescimento", diz Ivan Moura Fé, presidente do Conselho Regional de Medicina do Ceará.
Enquanto isso não acontece, estes paraísos cearenses continuam sem encantar os médicos.
Fonte:G1.ce

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