terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Em ano de eleição - sua excelência o ''Salvador da Pátria”

 
Em ano de eleição eles assumem o primeiro lugar, estão sob as luzes, são perfeitos, são lindos, sabem tudo e tem solução para tudo.
Estou falando da oposição oportunista que se apresenta como ''Salvador da Pátria", uma ideia que apesar de antiquada ainda prevalece nos sonhos de muitos.
Somos uma sociedade concebida a partir de um modelo de colonização, uma sociedade de exclusão social, não aprendemos a distinguir ação de Governo de Política de Governos, ação de Estado de ação da Administração Pública.
As instituições públicas, apenas precariamente, conseguem fazer chegar suas políticas públicas à alguns dos habitantes do vasto território brasileiro, daí a corrupção, o crime organizado, o narcotráfico, o mensalão se tornarem práticas comuns.
Tudo isso por não aprendermos a assumir nosso papel de cidadão, por não entendermos que de nada adianta ter saúde, educação, saneamento etc, se não tivermos cidadãos no sentido efetivo da palavra.
Até para ser oposição faz-se necessário ter coerência, não se pode mais admitir uma oposição que com uma visão distorcida dos fundamentos democráticos e republicanos parte para crítica como se tudo estivesse errado, como se não fossem cidadãos e/ou políticos, como se não tivessem nada a ver com os erros.
Reza a lenda que em certa ocasião em um município havia quatro grupos de pessoas:

TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM.
Havia um trabalho importante a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza de que ALGUÉM o faria.
QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fez.
ALGUÉM zangou-se porque era um trabalho de TODO MUNDO.
TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo.
Ao final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.
E nós, hoje, cidadãos, que até aquele momento seguíamos como uma mansa manada de boi, agora em um momento de histeria coletiva disparamos correndo e tagarelando, seguindo alienadamente o estouro da boiada, sem nem mesmo saber o porquê.
É mais fácil fazer uma crítica que assumir nosso papel de cidadão. Talvez porque exista um certo prazer em apontar os defeitos dos outros de forma a valorizarmo-nos!
Não se pode esquecer de que gosto é algo muito subjetivo, dependendo da maneira com que se encara a vida. Assim, algo que alguém considera errado e desaprova, outro alguém poderá achar uma maravilha, razão pela qual toda e qualquer crítica deverá ser sujeita ao crivo pessoal de cada um, assim como quem ler deve sempre procurar fazer uma média com seu próprio julgamento, pois ninguém é dono absoluto da verdade.
O cumprimento das promessas eleitorais se caracteriza como uma das modalidades de combate à problemática da mentira na política, traduzida especialmente através da falta de coerência entre o discurso e a prática dos representantes eleitos.
Em ano de eleição devemos analisar bem as promessas eleitorais e ficarmos atento para o fato que ninguém fará por nós aquilo que compete a cada um de nós fazer e não existe salvador da pátria.



Editor Hélio Márcio Porto é Advogado, especialista em direito criminal e eleitoral, com formação internacional na área de direito e política cursados na Chile, Alemanha, Bélgica e China.

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