O bispo de Crato, Dom Fernando Panico,
recebeu correspondência do cardeal Ângelo Amato, presidente da
Congregação para a Causa dos Santos, comunicando a concessão do “Nihil
Obstat”, ou seja, o “Nada Impede” para a abertura do processo de
beatificação da menina Benigna Cardoso da Silva, assassinada em 1941 –
em Santana do Cariri – por defender a sua castidade. Isso significa que,
a partir de agora, a Diocese de Crato pode iniciar oficialmente o
processo de beatificação daquela jovem.
A Diocese de Crato iniciou em 2011,
setenta anos após a morte de Benigna, as pesquisas para abertura do
processo de beatificação da menina, que é venerada como uma santa pela
população de Santana do Cariri e cidades vizinhas. É a primeira vez que a
quase centenária Diocese de Crato abre um processo de beatificação, o
que exige, dentre outros requisitos, um postulador para a causa.
Este atua como uma espécie de advogado e
investiga a vida do candidato para verificar seu testemunho de
santidade. Quem vem coordenando o processo de beatificação de Benigna
Cardoso da Silva é monsenhor Vitaliano Mattioli, um sacerdote da Diocese
de Roma, que reside na cidade de Crato.
Próximos passos
Após o Nihil Obstat, ora concedido pelo Vaticano, Benigna Cardoso da
Silva já pode receber o título de Serva de Deus. Inicia-se agora a
primeira etapa do Processo de Beatificação, ou seja, quando o postulador
deve investigar minuciosamente a vida da Servo de Deus.
Em se tratando de um mártir – como é o
caso de Benigna – devem ser estudadas as circunstâncias que envolveram
sua morte para comprovar se houve realmente o martírio. Ao terminar este
processo, a pessoa é considerada Venerável.
Quem foi Benigna
Nascida em 1928, em Santana do Cariri e lá assassinada – no dia 24 de
outubro de 1941 – Benigna viveu apenas 13 anos e 9 dias e findou sua
existência terrena, ferida mortalmente, vítima de uma tentativa de
violência sexual, a qual resistiu bravamente, para preservar sua
virgindade. Foi uma vida breve, permeada pela amizade com Jesus, vivida
em meio à pobreza, orfandade, trabalhos domésticos, gestos simples e
solidários. Uma verdadeira santidade leiga, na qual realizou fielmente o
projeto e a Palavra do Deus Pai.
Na simplicidade da existência de
Benigna, Deus a preparava para sua santificação, com os eventos simples
do meio onde vivia. E assim a chamou, talvez para servir como exemplo de
uma mocinha pura e sem maldade. Como se quisesse fazer dela um modelo
para as gerações futuras, as quais, em grande parte – nos dias atuais –
estão imersas no indiferentismo religioso, no hedonismo, na imoralidade,
na impudicícia, nas drogas e em tantos outros males presentes na
sociedade moderna.
A população de Santana do Cariri
festejou com muita alegria a boa nova anunciada pela Santa Sé. A Jovem
Benigna Serva de Deus passa a ser mais um exemplo de santidade onde
providencialmente estamos no ano da Fé, no ano da JMJ Jornada Mundial da
Juventude e que o tema da campanha da Fraternidade é sobre a Juventude.
Fonte: O estado
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