domingo, 5 de junho de 2011

Torcida santificada

O futebol passa pela vida dos religiosos do Estado.
Exemplo disso são os padres Fernando e Gilson
foto (MAURI MELO)
 
Quem diz que torcedor de futebol é tudo igual não conhece a legião de religiosos que acompanha os times cearenses. Nas duas maiores torcidas do Estado, dois padres estão em evidência por serem os párocos “oficiais”. O fanatismo e o amor por Fortaleza e Ceará dividem espaço com a vida na Igreja. “O padre torce com fervor, mas com muita serenidade”, afirma Fernando Antônio, padre alvinegro da paróquia Nossa Senhora de Sallete, no Rodolfo Teófilo.

A relação do padre Fernando com o Ceará não começou por acaso. Até a sua chegada, o padre Gotardo Lima era responsável pelas celebrações do clube, mas deixou o posto devido a problemas de saúde. “Quando descobriram que eu torcia Ceará, me pediram para celebrar uma missa, e eu continuei”. A afinidade com o Vovô, porém, vem desde a infância, uma influência da família. “Já nasci torcendo pelo Ceará”.

Já o padre Gilson Soares, da paróquia Senhor do Bonfim, no bairro Monte Castelo começou a torcer pelo Fortaleza “para ser diferente”. Todos em sua família são torcedores do Ferroviário. E ele escolheu o Leão por conta das cores, que lhe chamaram a atenção. “Desde então tive grande amor pela camisa”. O convite para as celebrações no Pici veio dos dirigentes do time, de quem o padre é próximo. “Sempre que sou convidado, estou disponível”.


Relação com os clubes
Os párocos vão aos clubes a convite dos dirigentes para as celebrações das principais datas comemorativas do ano, como aniversário do clube, Natal e Dia das Mães. “Nos momentos mais difíceis vou pra dar uma bênção especial”, diz o padre Gilson.

Para os dois, é difícil acompanhar o time em todos os momentos, pois o horário dos jogos coincide com o das missas. O padre Gilson diz que vai ao estádio sempre que pode. Padre Fernando conta que só foi ao estádio uma única vez. “Minha ajuda é mais rezando”.

SAIBA MAIS

O padre Fernando Antônio joga como zagueiro nos times do Encontro de Casais com Cristo de sua paróquia e do Seminário em que trabalha.


A Arquidiocese de Fortaleza não tem nenhuma restrição com os padres torcedores. “Temos liberdade com responsabilidade”, diz padre Fernando.


Padre Fernando César mora em Roma desde 2002, onde faz doutorado em Teologia Bíblica.


No Vaticano, há o Clericus Cup (Copa dos Clérigos), torneio mais importante do País, que conta com 16 equipes de seminaristas e sacerdotes.


Em 1994, ocorreu o primeiro jogo da Seleção do Vaticano. Ela é uma das oito seleções de nações soberanas não filiadas à Fifa.

fonte opovo online

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