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ala improvisada para atendimento em hospital de Fortaleza é chamada por pacientes e visitantes de "piscinão" (Foto: André Teixeira/G1) |
Familiares de pacientes do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), em Fortaleza, descrevem a sala improvisada de atendimento em um hall do hospital como um "cenário de guerra". "Parece que houve a terceira guerra mundial e lotaram o local", diz a estudante Rochele Albuquerque, cuja tia sofreu um AVC hemorrágico há 13 dias e espera desde sábado (18) um leito em uma maca quase à altura do chão, ao lado de outras dezenas de pessoas. O HGF é estadual e atende pelo SUS. Segundo o hospital, a instituição não tem leitos suficientes para a demanda e, apesar de estarem em local inadequado, os pacientes recebem bom tratamento."Quando entrei (na sala de atendimento) me deparei com macas na fila de espera. Não tem como transitar com tanta maca. Fiquei aterrorizado", diz o sobrinho da paciente, Jair Dângelo, de 20 anos. A ala é chamada entre os pacientes e visitantes de "piscinão", devido à lotação. Ainda de acordo com os pacientes, quando chove, a água invade a sala e molha os internos.
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Lixeira é colocada no chão com lixo hospitalar ao lado de macas no HGF (Foto: André Teixeira/G1) |
Na sala de atendimento improvisada, as macas ficam a cerca de meio metro uma das outras, quando deveriam estar a uma distância mínima de dois metros e meio, segundo normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As macas também são montadas ao lado de lixeiras cobertas com sacos plásticos. Outras lixeiras são espalhadas no chão com lixo hospitalar.
A família Albuquerque, que visita diariamente a paciente no hospital, diz que a vítima de AVC foi transferida do Hospital Maria José Barroso, conhecido como Frotinha da Parangaba, onde o atendimento era ainda pior. A família ouviu da diretoria do HGF que a paciente iria receber nesta quinta-feira (1º) um exame para checar o atual estado de saúde. A mulher sofreu paralisia facial e tem dificuldade para reconhecer alguns familiares.
O HGF é administrado pelo governo do estado e atende pelo SUS. De acordo com o diretor geral do HGF, Zózimo Medeiros, a emergência tem 84 leitos e, em média, 70 pacientes ficam em "leitos extras"."Não temos capacidade de garantir leito para todos os pacientes por causa da falta de hospitais de média complexidade nos municípios. Nossa emergência tem tanto paciente porque em algum momento o sistema falhou e eles precisaram vir para cá", diz.
Paciente fica oito dias em uma maca
O auxiliar de produção Inácio da Rocha Neto, de 46 anos, ficou oito dias internado no Hospital Instituto José Frota (IJF), unidade municipal especializada em emergência e urgência no Ceará. “Fiquei oito dias em uma maca no corredor da emergência do hospital porque não tinha leito em enfermaria. Não consegui dormir nenhum dia”, afirma. Inácio fraturou a bacia em um acidente de moto no dia 13 de janeiro deste ano e, após esperar por 40 minutos por uma ambulância, foi levado para o IJF. Como não tinha plano de saúde até o acidente, o auxiliar teve de ser atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: portal g1ce
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