A fiscalização do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) em 2012 já
começou – e os indícios de irregularidade também já aparecem. Das 47
cidades que receberam a equipe técnica da Corte, sete possuem relatório
pronto. Em todos eles, o Tribunal identificou anomalias. Em Ararendá, a
334 quilômetros de Fortaleza, as suspeitas recaem justamente sobre o
processo licitatório para o aluguel de veículos pela Câmara Municipal.
Denúncias
enviadas ao TCM apontava que, lá, os carros licitados pertencem a
parentes e amigos da presidente da Casa Legislativa, vereadora Francisca
das Chagas Domingos Hora (PMDB).
A inspeção do TCM não
conseguiu provar a relação entre a parlamentar e os donos dos veículos,
mas verificou outras possíveis irregularidades, como supostos
direcionamento e fraude. De acordo com o documento, a empresa vencedora
da licitação não possui um carro sequer. Ela teria sublocado
integralmente o serviço, de pessoas que não participaram do certame. “Se
a empresa não dispunha de condições para executar a prestação, não
poderia ter sido habilitada”, aponta o relatório do TCM.
A
equipe técnica da Corte também mostrou que há indícios de
superfaturamento, já que não teriam sido comprovadas as vantagens do
preço para a administração pública. Isso porque, em um mês, o custo da
Câmara com um veículo alugado era de R$ 2.129,00 – enquanto a despesa da
empresa licitada com a subcontratada ficava em R$ 1.200,00 mensais,
conforme mostra relatório do TCM.
A presidente da Câmara
Municipal, Francisca das Chagas Domingos Hora (PMDB), disse que não
poderia falar sobre o assunto porque ainda não havia sido notificada,
mas argumentou que as denúncias se tratam de perseguição política. “São
pessoas que nem fazem nem deixam os outros fazerem”, alfinetou. Em
seguida, a ligação telefônica foi interrompida. Nas tentativas seguintes
do O POVO, o número de telefone encontrava-se desligado.
Inspeções
Além
de Ararendá – onde já foi instaurada tomada de contas especial (TCE) –,
outros quatro municípios já tiveram os relatórios de fiscalização
concluídos pelo TCM, mas ainda não foram disponibilizados para consulta:
Pentecoste, Uruburetama, Poranga e Crato.
De acordo com
uma fonte do Tribunal ouvida pelo O POVO, que pediu para não ser
identificada, todas essas cidades apresentaram situações suspeitas, que
merecem avaliação mais cuidadosa. Entretanto, os documentos ainda estão
sob a avaliação de conselheiros do Tribunal e, por isso, não foram
divulgados. São os conselheiros que decidem se o TCM deve abrir, ou não,
uma TCE. Só depois desse procedimento é que podem surgir punições aos
possíveis envolvidos.
Além delas, outros 42 já foram fiscalizados, sem relatório concluído, e sete estão recebendo esquipes do TCM, atualmente.
Fonte: Portal O Povo Online
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