Representantes de estados e municípios criticaram nesta terça-feira
(22), em debate na Comissão de Educação e Cultura, a política atual de
reajuste do piso salarial dos professores da educação básica, prevista
na Lei 11.738/08.
O piso, hoje em R$ 1.451, deve refletir a variação do valor anual
mínimo por aluno definido nacionalmente no Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb). Segundo esse parâmetro, a remuneração da categoria deveria ter crescimento em 22% este ano.
Segundo o secretário de Administração de Pernambuco, Ricardo Dantas, o
aumento previsto para esse índice nos próximos anos deve ampliar “de
forma insustentável” o valor a ser pago aos professores. “Do jeito que
está, em Pernambuco, por exemplo, a despesa com o magistério passará de
R$ 1,1 bilhão em 2011 para R$ 4,2 bilhões em 2020, passando de 25% para
28% da receita líquida de impostos”. De acordo com a Constituição,
estados e municípios devem aplicar pelo menos 25% da receita de impostos
no setor.
No entanto, para o vice-presidente da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE), Milton Canuto de Almeida, a maior
parte dos estados e municípios tem, sim, recursos para pagar o piso dos
professores. “Não adianta ter recurso e não resolver a questão da
gestão. Há vários municípios pobres que pagam o piso. Eles fizeram o
dever de casa. Alguns municípios realmente não têm condições, mas essa
não é a realidade na grande maioria dos casos”, garantiu.
Fonte: Agência Cãmara
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