Animais foram apresentados pela Unifor; estimativa é que produto seja distribuído em poucos anos
"Um
pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade". A
mesma sensação do astronauta Niel Armstrong ao pronunciar essa frase, em
1969, quando se tornou o primeiro homem a pisar na lua, pode ser
sentida entre os pesquisadores da Universidade de Fortaleza (Unifor) com
o nascimento de duas cabras transgênicas. Os animais são os primeiros
no Brasil frutos do projeto da Rede de Caprino-Ovinocultura e Diarreia
Infantil do Semiárido (Recodisa) e foram apresentados na manhã da última
segunda-feira, no aprisco da instituição.A substância fornecida pelas cabras terá componente do leite materno humano Fotos: Rodrigo Carvalho
As
cabras poderão produzir leite com a proteína lisozima, componente
presente no leite materno humano, que age como fonte extranutricional de
resistência a infecções e um importante aliado no combate à desnutrição
e mortalidade infantil. O chanceler Airton Queiroz qualifica a pesquisa
como um bem imensurável para a humanidade. "Existem projetos em outros
centros do País, mas a Unifor é a primeira instituição a obter
resultados expressivos e de alcance mundial", ressalta.
O
chanceler também destacou o empenho da equipe de pesquisadores, composta
por 20 membros do Ceará e de várias partes do Brasil, incluindo
pós-doutorandos, doutorandos da Renorbio e de alunos de Farmácia,
Medicina, Fisioterapia e Enfermagem da Unifor. "Isso é fazer ciência em
favor da melhoria da qualidade de vida da população sertaneja e
mundial", avalia.
Uma das coordenadoras do projeto, a doutora em
Genética Luciana Relly Bertolini, diz que a ideia é também proteger
imunologicamente, por via passiva, a criança que não mamou. "Pesquisas
recentes mostram, por exemplo, que as mães cearenses amamentam seus
filhos, em média, apenas um mês. Isso é muito pouco para uma população
carente", analisa a pesquisadora.
Clones
O
trabalho, em parceria com as universidades Federal do Ceará (UFC),
Estadual do Ceará (Uece) e da Califórnia, em Davis, também aguarda em
breve o nascimento dos
primeiros clones transgênicos de cabras. Os clones caprinos
transgênicos para a lisozima serão os primeiros da América Latina e
deverão carregar o gene de outra proteína, a lactoferrina humana. "O
objetivo final é utilizar o leite de cabra como alimento e para
prevenção e tratamento de diarreia em crianças", resume o doutor em
Fisiologia, Marcelo Bertolini.
Segundo ele, que coordena o estudo
junto com a esposa, Luciana, no semiárido rural, a taxa de mortalidade
das crianças até dois anos de idade por diarreia é três vezes maior do
que a média nacional. "O que com esse leite de cabra, animal tão
característico da região nordestina, poderemos ajudar a vencer",
acredita.
O projeto é realizado em várias etapas, que compreendem
o estudo etiológico (das causas) da diarreia no semiárido - a cargo da
UFC - sob a supervisão do professor Aldo Lima; desenvolvimento do
caprino transgênico; análise proteômica e processamento do leite e
estudos pré-clínicos e clínicos desta substância. Com o entusiasmo de
quem faz um projeto para alterar a qualidade de vida da população mais
carente, principalmente do semiárido brasileiro e da África, Bertolini
destaca que a Unifor utiliza uma técnica inovadora de clonagem manual de
caprino.
Quanto à utilização de cabras na pesquisa, ele explica
que o leite destes animais é ideal porque a lisozima não é afetada no
processo de industrialização. "Com seus derivados, é possível fazer
alimentos mais saudáveis, como iogurtes e queijos, ricos em proteínas
que reduzem infecções e diarreias", acrescenta.
Conforme os
pesquisadores, a estimativa é de que, em poucos anos, o leite já possa
ser distribuído para a população, por meio do Ministério da Saúde. "É
uma pesquisa de vanguarda tecnológica", ressalta Bertolini.
Antes
de o leite modificado tornar-se disponível para a prevenção e
tratamento da diarreia infantil, informa ele, outras etapas estão na
frente, de acordo com as premissas básicas de biossegurança e ética que
norteiam as ações dos pesquisadores envolvidos no projeto. "Depois dos
testes, o leite será fornecido a populações mais acometidas pela
desnutrição e doenças diarreicas no País para a avaliação global de sua
eficácia", conclui.
Fonte: Portal Diário do Nordeste Online
Uma atleta de Itarema conquistou o título de 3º Lugar no Mundial de Karatê, mais detalhes no blog aakckarate.blogspot.com. O Nome da atleta é Maria Márcia de C. O., treina com o Prof. Alex no Colégio Cejas(Itarema), ela estuda no Liceu Itarema.
ResponderExcluirMeu email é: robysonregissb@gmail.com
Abraço.
Prof. Robyson Régis - Presidente AAKC - Acaraú(Ce)