segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Juízes sob ameaças recebem escolta e terão carros blindados
Este é o panorama da segurança de juízes e promotores no Ceará nos últimos meses. A exemplo do que acontece em outros Estados da Federação, no Ceará, os operadores do Direito também sofrem represálias por conta de sua atuação contra o crime, especialmente aqueles que investigam o desvio de verbas públicas e a ação de quadrilhas ligadas ao crime organizado. Os casos envolvendo juízes estão sob o acompanhamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Comissão de Segurança do próprio TJCE.
Os nomes dos dois juízes que foram ameaçados não são divulgados pelas autoridades. Mas, segundo o presidente da Comissão Permanente de Segurança do Tribunal, desembargador Teodoro Silva Santos, a proteção policial aos magistrados tornou-se necessária diante dos riscos de um atentado. Os dois juízes respondem por comarcas no Interior.
Na semana passada, outro episódio veio à tona. A Associação Cearense do Ministério Público (ACMP) e a Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), através do seu Núcleo de Segurança Institucional de Inteligência (Nusit), revelaram que um promotor de Justiça está ameaçado. Homens armados chegaram a invadir a sede do Fórum da cidade de Itarema, no litoral leste do Estado (237Km de Fortaleza) querendo saber se o promotor Iuri Rocha Leitão estava ali.
Segundo relatos das autoridades, os dois supostos pistoleiros chegaram a render o vigia do prédio e o obrigou a levá-los até a sala do promotor para terem a certeza de que ele realmente não estava no prédio. Fugiram fazendo ameaças verbais.
O promotor atuou, recentemente, numa complexa investigação que descobriu um esquema criminoso de desvio de verbas públicas na Prefeitura do Município de Trairi (124Km da Capital) no valor de aproximadamente R$ 20 milhões, através de fraudes em processo licitatórios para aquisição de bens e serviços pela administração municipal.
Segundo o presidente da Associação Cearense do Ministério Público, promotor Rinaldo Janja, o que aconteceu em Itarema não foi fato isolado. A instituição já contabilizou casos de ameaças a representantes do Ministério Público também nas comarcas de Pedra Branca, Juazeiro do Norte e Guaraciaba do Norte. Em todas elas, a segurança dos promotores teve que ser reforçada pela Polícia Militar.
Fonte: Portal Diario do Nordeste Online
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