O escândalo do Ministério dos Transportes ainda não esfriou e um novo já toma o seu lugar. Desta vez, o epicentro é a Petrobras. E o mais grave é que se trata de um campo exploratório na região do pré-sal, em Campos, no Rio de Janeiro. Uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo, que chegará às bancas neste domingo, revela que a empresa Manchester Serviços Ltda, que pertence ao senador cearense Eunício Oliveira, obteve informações privilegiadas da Petrobras, para fechar um contrato de R$ 300 milhões. Eunício Oliveira é também tesoureiro do PMDB. Estima-se que o superfaturamento tenha sido de R$ 64 milhões.
A licitação em questão tinha o número 0903283118. Antes do resultado, a empresa de Eunício teve a relação dos concorrentes que participariam da disputa, voltada para consultoria e gestão empresarial. Em seguida, procurou as empresas para fazer um acerto. Das sete companhias que participariam da disputa, apenas a Seebla ficou fora do esquema. E apresentou uma proposta de R$ 235 milhões, enquanto a da Manchester, de Eunício, foi de R$ 299 milhões. Apesar disso, a Seebla foi desclassificada pela Petrobras. Um diretor de uma das concorrentes, que pediu anonimato, afirmou ao Estado de S. Paulo que a empresa de Eunício ofereceu R$ 6 milhões pela desistência na licitação.
Procurada pela reportagem, a Petrobras limitou-se a dizer que desconhece qualquer acerto havido entre concorrentes. Tanto a Manchester quanto o senador Eunício Oliveira preferiram não comentar o caso. O contrato, no entanto, ainda pode ser suspenso. Embora tenha sido ganho pela Manchester, ele ainda não foi assinado. Seu prazo é de dois anos, prorrogáveis por mais dois. Difícil é entender o que a Petrobras tem a ganhar com uma consultoria do tesoureiro do PMDB.
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