O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi,
também nesta segunda-feira concedeu uma coletiva aos jornalistas.
O
sacerdote jesuíta ressaltou que o Papa encontrou no almoço a presidente
da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, após um encontro privado
com ela de cerca de 15-20 minutos na Casa Santa Marta, no Vaticano. Em
seguida, saudou também os outros membros da delegação argentina antes do
almoço com a chefe de Estado.
Pe. Lombardi destacou outros dois
encontros: uma audiência com o Cardeal Secretário de Estado Tarcisio
Bertone, às 10h locais desta segunda-feira. Como informado, dias atrás
foi feita a confirmação dos encargos no Vaticano (até que o Santo Padre
tome outras disposições). Portanto, esta manhã o Pontífice encontrou o
Cardeal Bertone; já na tarde de ontem, domingo, manteve um encontro
privado e muito cordial com o Prepósito-Geral da Companhia de Jesus, Pe.
Adolfo Nicolás.
Em seguida, o diretor da Sala de Imprensa da
Santa Sé discorreu sobre a celebração desta terça-feira, 19 de março,
festa de São José – Padroeiro da Igreja Universal –, missa de início
solene do Pontificado do Papa Francisco.
No patamar da Basílica
de São Pedro teremos à esquerda as personalidades eclesiásticas,
arcebispos e bispos, não concelebrantes e também – muito provavelmente –
as delegações das outras Igrejas e comunidades cristãs.
À
direita teremos as delegações dos vários países, conduzidas pelos chefes
de Estado, reinantes, ministros e assim por diante. A delegação
argentina será conduzida pela Presidente Cristina Kirchner, a delegação
brasileira pela Presidente Dilma Rousseff e a delegação italiana pelo
Presidente Giorgio Napolitano.
Nos primeiros setores da Praça São
Pedro, abaixo do patamar, próximo à estátua de São Pedro, à esquerda,
teremos provavelmente as delegações das outras religiões – judaica,
islâmica, budista, sique, jainista – e os sacerdotes e seminaristas:
fala-se de cerca de 1.200 pessoas entre sacerdotes e seminaristas.
E
à direita, diante da estátua de São Paulo, teremos o Corpo diplomático e
as autoridades. A praça estará aberta a todos, a partir das 6h30. Não
haverá necessidade de bilhetes.
O Pontífice deixará a Casa Santa
Marta por volta das 8h45 locais e a bordo do papamóvel dará uma longa
volta pela Praça São Pedro. Em seguida, ainda no papamóvel, por alguns
minutos antes do início da celebração saudará a multidão de fiéis
passando pelos diversos corredores formados na praça.
Depois, irá até a Sacristia, que está próxima da estátua La Pietà,
em torno das 9h15, e ali se preparará para a celebração cujo horário
previsto de início é para as 9h30. O Centro Televisivo Vaticano (CTV)
começará a gerar imagens para as emissoras de televisão a partir das
8h50 locais.
Pe. Lombardi precisou que a cerimônia de amanhã é
intitulada "Início do ministério petrino do bispo de Roma", se se quiser
pode-se também dizer "inauguração". É a missa de início solene do
serviço do Papa que é bispo de Roma, mas que é um serviço para a Igreja
universal: o ministério petrino é um ministério para a Igreja inteira.
De
fato, a missa é o início solene deste serviço. É um serviço petrino,
portanto, ligado a São Pedro. O Papa é o Sucessor de São Pedro.
Considerem que tudo isto está muito ligado aos lugares em que se dá esta
cerimônia.
A cerimônia começará no túmulo de São Pedro, no
centro da Basílica, sob o altar central, portanto, no túmulo de São
Pedro, e se realizará na praça que, segundo a tradição, é também o lugar
do martírio de São Pedro, porque o Circo de Nero ocupava também esta
área. A missa desta terça-feira será celebrada entre o túmulo e o lugar
do martírio de São Pedro, de quem o Papa é Sucessor.
Da Sacristia
o Papa irá ao túmulo de São Pedro, sob o altar, e será acompanhado ao
túmulo de São Pedro pelos patriarcas e arcebispos maiores das Igrejas
Orientais Católicas.
Portanto, não somente o Papa, mas também os
chefes das Igrejas Orientais Católicas descem ao túmulo de Pedro, e são
uma dezena, entre patriarcas e arcebispos maiores: quatro são cardeais, e
os outros seis, ao invés, não são cardeais, mas têm outra dignidade e,
portanto, se fazem presentes para esta missa de amanhã e concelebrarão
também eles junto aos cardeais. Ao todo, serão 180 concelebrantes com o
Papa Francisco.
São todos os patriarcas e arcebispos maiores, ou
seja, todos os chefes das Igrejas Orientais Católicas que participam e
que com o Papa iniciam o rito a partir do túmulo de São Pedro, fazendo
uma homenagem, uma oração diante do túmulo, no qual são conservados o
anel e o pálio, que são os dois sinais do ministério petrino, que depois
serão entregues ao Papa.
Depois, o Papa e os patriarcas, e em
procissão todos os cardeais e todos os concelebrantes, vão do centro da
Basílica para a porta da Basílica e saem no patamar, em procissão.
Durante
a procissão de dentro da Basílica para fora dela será cantado o "Laudes
Regiae", ou seja, Louvores ao Rei: o Rei é Cristo, evidentemente. É um
canto feito de ladainhas e invocações em honra a Cristo. Um aspecto
interessante destas Laudes é que com elas se invocam muitos santos.
Nesta celebração se invocam também explicitamente os Santos papas, após os Apóstolos. O mais recente é São Pio X.
A
procissão sai da porta esquerda da Basílica e os primeiros ritos, antes
ainda que comece a missa, são a entrega do pálio e do anel ao Papa, que
são os sinais de seu ministério.
O pálio será entregue e imposto ao Papa pelo protodiácono, Jean-Louis Tauran, o mesmo que anunciou o Habemus Papam
do Balcão Central da Basílica Vaticana. Este pálio é do mesmo que tinha
Bento XVI, idêntico. Após a entrega do pálio há uma oração que é feita
pelo Cardeal protopresbítero, ou seja, o primeiro da Ordem dos
Presbíteros.
Depois se tem a entrega do anel que será feita pelo
Cardeal Decano, Angelo Sodano, que é o protoepiscopo, ou seja, o
primeiro da Ordem dos Bispos. Em seguida, os três primeiros cardeais das
três ordens entregam o pálio, rezam e entregam o Anel do Pescador, que
não é de ouro, nestes dias apresentado ao Papa pelo Mestre das
Cerimônias que o recebera de um dos secretários do Papa Paulo VI.
"O
anel se chama 'Anel do Pescador' porque São Pedro era um pescador, como
sabemos, e Jesus o fez tornar-se pescador de homens. Porém, no anel que
desta vez o Papa receberá é representado São Pedro com as chaves. Este
anel é obra de um famoso artista italiano, Enrico Manfrini, e é de prata
dourada", explicou Pe. Lombardi.
Em seguida se terá lugar o ato
de "obediência" feito por seis cardeais. O porta-voz vaticano evidenciou
que o Santo Padre não dará pessoalmente a Comunhão, que não haverá a
procissão das ofertas, mas os ministrantes, de forma simples, levarão o
Pão e o Vinho até o Altar. Outra particularidade é que o Evangelho será
cantado somente em grego.
"Nas grandes celebrações – explicou –,
inclusive na Páscoa, por exemplo, existe a tradição de se ter o latim e o
grego para recordar a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente, as duas
grandes dimensões da tradição da Igreja. Por simplicidade, nesta missa,
o Evangelho será cantado somente em grego, porque o latim já estará
presente em muitas outras partes" – ressaltou Pe. Lombardi.
"A
celebração durará cerca de duas horas" e a homilia será feita em língua
italiana, disse. A cadeira pontifícia estará à frente dos portões da
Basílica, atrás do altar. Os cardeais concelebrantes estarão à sua
direita.
A celebração se concluirá com o "Te Deum", com versículos alternados: gregoriano e melodia de Da Vitoria. Depois haverá a saudação do Papa aos chefes de delegações, provenientes de diversos países do mundo inteiro.
A
seguir, o Papa entrará na Basílica, deixará as vestes litúrgicas, irá
para diante do altar central e os chefes das delegações dos vários
países entrarão na Basílica para saudar o Santo Padre.
As
delegações das outras Igrejas e confissões cristãs e das outras
religiões encontrarão o Papa, na Sala Clementina, no Vaticano, no dia
seguinte, quarta-feira, às 11h locais.
Por fim, Pe. Lombardi
recordou mais uma vez que não é costume da Santa Sé fazer convites e
"que todos são bem-vindos" para a missa desta terça-feira. São esperados
mais de 200 mil fiéis. (RL)
Fonte: Radio Vaticano
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