quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Precariedade dos abatedouros é criticada em audiência pública na AL

Audiência pública da Comissão de Agropecuária
A Comissão de Agropecuária da Assembleia Legislativa realizou, na tarde desta terça-feira (30/08), audiência pública sobre o tema “Sanidade Agropecuária - Adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi)”. Durante o debate, o presidente da Comissão e propositor do debate, deputado Hermínio Resende (PSL), disse que "dos 196 abatedouros do Estado, apenas dois contam com profissionais qualificados para essa tarefa". De acordo ainda com o parlamentar, 58% dos municípios cearenses não possuem material específico para as atividades realizadas nos locais de abate de animais. 

foto ilustrativa

O fiscal federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA/SFA/CE), Francisco das Chagas da Silva, ao abordar o tema, disse que "esse assunto já vem há muito tempo adormecido no Estado do Ceará", acrescentando que outros estados brasileiros estão bem mais avançados no que diz respeito à adesão ao sistema.

A prática do abate sem inspeção proporciona riscos à saúde pública, com a contaminação dos alimentos de origem animal, destacou o fiscal. "Se eu tenho a prevenção e controle, não tenho a doença", salientou. Segundo ele, o País conta com aproximadamente 20 mil pequenas e médias agroindústrias de produtos de origem animal, sendo que apenas um pequeno número apresenta registros sobre dados de produção.

Francisco das Chagas da Silva alertou, também, para outro problema: a sonegação fiscal por parte de abatedouros. "Quantas pessoas pensam que estão comendo carne bovina e, na verdade, estão comendo carne de jumento?", pontuou. O palestrante destacou ainda "problemas seríssimos" em relação à contaminação do pescado. "O pescado também é um caos no Ceará", lamentou. Finalizando, defendeu o abate humanizado dos animais, controle ambiental, fiscalização, além de capacitação de profissionais e a realização de concursos públicos para a área.
"Fico desanimado pela realidade apresentada aqui" afirmou José Maria Pimenta, presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce). Pimenta elogiou o trabalho de promotores ao fechar abatedouros no interior do Estado que não cumprem as normas previstas na legislação vigente.

Participaram ainda da audiência pública o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Viriato de Saboya Neto; o representante do Instituto Agropólos, Edílson de Castro e Paulo Jorge Leitão, articulador do Sebrae.
RW/CG

Fonte:Agência de Notícias da Assembleia Legislativa
O Blog diz: É!  não tem vigilância na prática mas no papel sim com contratos de médicos vetérinários e tudo mais...

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