quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Cidade afetada por queda de ponte tem 7 mil isolados em área rural

Cerca de sete mil pessoas estão isoladas no interior do município de Cerro Azul, a 84 km de Curitiba, por causa da queda de duas pontes na segunda-feira (1º). A destruição foi causada por chuvas que atingiram a região a partir de domingo (31). O isolamento total da cidade durou cerca de seis horas e meia e terminou às 17h30 também de segunda, quando a PR-092 foi restabelecida e, mais à noite, a PR-340 também.
O abastecimento de água é regular, há energia elétrica e internet para quem mora na área mais urbanizada da cidade. Porém, nesse interior isolado nem mesmo a Defesa Civil (DC) tinha acesso até a hora do almoço desta terça-feira (2). Não se sabe se têm mantimentos ou quantos são os que tiveram casas danificadas ou destruídas. Um helicóptero e embarcações dão suporte à operação.

Desde a madrugada de domingo, o Rio Ponta Grossa passou a subir. Ele passa por bairros centrais e entrou em muitas casas, causando sujeira e prejuízos. Um técnico da DC disse que o nível deve ter aumentado 5 m. Aproximadamente 350 pessoas tiveram de deixar 125 casas. Na manhã desta terça, alguns moradores, voltando da casa de parentes e amigos, faziam a limpeza.

O estudante Guilherme de Paula, 14, ajudava o pai e o avô: “Estamos acostumados com o rio encher, mas uma vez a cada três anos, mais ou menos. Só que nunca desse jeito”. “Perdi o muro e o portão. Só. Graças a Deus”, dizia o motorista Lourival dos Santos, 50 [DSC_1793]. “Quem mora aqui é meu filho, mas temos aqui desde 1990, nunca isso aconteceu”.
Cerro Azul 2 (Foto: Vinícius Sgarbe/G1 PR)
Depois do alagamento, casas ficaram cheias de barro e lama (Foto: Vinícius Sgarbe/G1 PR)
 
 
 
Há 20 anos o servidor da Justiça Alcídes Adamante, 45, mora no mesmo lugar – uma casa à margem do rio. Depois de sair às pressas, no domingo, levando 20 cachorros consigo, a família dele voltou para fazer a limpeza, mas quase tudo se perdeu. A mulher dele, Janaína, diz “não tenho quem culpar. (...) Mas não tenho nem uma meia ou uma calcinha mais”. Voluntários foram dar uma mão.
Todo o caminho pela BR-476 e depois pela PR-340, por onde veio a reportagem, tem marcas de erosão. Em muitos trechos a passagem é possível somente em meia pista, e em alguns casos à beira de barrancos recém formados.
Fonte G1.com

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